Glândula Pineal





A Glândula Pineal ou Epífise 
Pineal - As sete glândulas endócrinas no homem

1. A GLÂNDULA PINEAL [CASA DO ESPÍRITO]
Também chamada de corpo pineal ou epífise, é uma glândula cônica e achatada, localizada
acima do teto do diencéfalo, ao qual se une por um pedúnculo. No homem adulto, mede
aproximadamente 5 por 8 mm. A glândula pineal fica localizada no centro do cérebro, sendo
conectada com os olhos através de nervos.
As pesquisas recentes sobre as funções da glândula pineal e de seu principal produto, o
hormônio melatonina, despertaram um grande interesse público nesta última década em
função da descoberta do papel da melatonina na regulação do sono e do ritmo biológico [ritmo
circadiano] em humanos.
1.1 A MELATONINA E O RITMO CIRCADIANO
A melatonina é uma substância natural semelhante a um hormônio e é produzida na
glândula pineal. A produção de melatonina pela glândula pineal é cíclica, obedecendo um
ritmo diário de luz e escuridão, chamado ritmo circadiano. Nos seres humanos, a produção de
melatonina ocorre durante a noite, com quantidades máximas entre 2 e 3 horas da manhã, e
mínimas ao amanhecer do dia.
Tanto a luz como a escuridão transmitem o sinal dos olhos para a glândula pineal,
determinando a hora de iniciar e parar a síntese da melatonina.
A produção noturna de melatonina levou à rápida descoberta do seu papel como indutor do
sono em humanos, e como restauradora dos distúrbios decorrentes de mudanças de fusohorário
(jet-lag), no início dos anos 90.
1.2 A MELATONINA E A REGULAÇÃO DO SONO
Além da regulação do sono, a melatonina controla o ritmo de vários outros processos
fisiológicos durante a noite: a digestão torna-se mais lenta, a temperatura corporal cai, o
ritmo cardíaco e a pressão sangüínea diminuem e o sistema imunológico é estimulado.
Costuma-se dizer, por isso, que a melatonina é a molécula chave que controla o relógio
biológico dos animais e humanos.
Do ponto de vista experimental, a melatonina modifica a imunidade, a resposta ao estresse e
algumas características do processo de envelhecimento. No contexto clínico, tem sido
utilizada nos distúrbios do ritmo biológico, alterações relacionadas ao sono e o câncer. Ela
possui vários e significativos efeitos biológicos.
1.3 A MELATONINA E SEUS EFEITOS NO EQUILÍBRIO DO ORGANISMO
Os pesquisadores estudaram os efeitos anti-câncer da melatonina, que parece funcionar em
conjunto com a vitamina B6 e o Zinco, opondo-se à degradação do sistema imunológico
proporcionada pelo envelhecimento.
A melatonina também pareceu promissora no tratamento de problemas femininos, como a
osteoporose, a síndrome pré-menstrual, e até mesmo o controle da natalidade. Por se tratar de
um dos principais hormônios anti-estresse, participa ainda das funções adaptativas e
estimulantes.
Portanto, a melatonina estabiliza e sincroniza a atividade elétrica do sistema nervoso central.
Muitos defendem que a pineal, atuando não apenas através da melatonina, é uma “estrutura
tranqüilizadora que suporta o equilíbrio do organismo”, agindo como um órgão sincronizador,
estabilizador e moderador. Isso sugere que a melatonina pode ter muitas aplicações em
condições onde é importante estabilizar e harmonizar a atividade cerebral.
Um dado importante é o fato de que a glândula pineal afeta diretamente as outras glândulas
por meio de suas secreções. (Arendt J.,1995. In Melatonin and the Mammalian Pineal Gland,
Chapman & Hall, London, pp. 4.)
1.4 A MELATONINA E SEU PAPEL NA REPRODUÇÃO
Foram caracterizados sítios de ligação para melatonina nas gônadas [glândulas
sexuais], no epidídimo, no ducto deferente e na glândula mamária, sugerindo vários
locais de ação.
O papel da melatonina no desenvolvimento sexual e na reprodução humana ainda
está sendo investigado. Em mulheres, foi demonstrado que as concentrações de
melatonina e de progesterona variam com as estações do ano, e que há uma
correlação negativa entre melatonina e a produção de estrógeno. A melatonina em
humanos possui importante ação antigonadotrófica, visto que inibe a produção de
hormônio liberador do hormônio de crescimento (GnRH), que é essencial para o
desenvolvimento das gônadas na fase de puberdade. (Vanecek, 1998).
1.5 A MELATONINA E O MAL DE ALZHEIMER
Diagnosticado por Alois Alzheimer em 1906, o mal de Alzheimer é uma doença
degenerativa que destrói as células do cérebro, lenta e progressivamente, afetando o
funcionamento mental (pensamento, fala, memória, etc.). Com o avanço da moléstia, o
paciente começa a perder hábitos, como o da higiene pessoal, e a manifestar
alterações de comportamento, como ansiedade, agressividade, etc. Caracterizado como
uma forma de demência, o mal de Alzheimer atinge cerca de 1% da população na faixa
dos 65 anos de idade. Seu primeiro sintoma é, via de regra, a perda da memória
recente, sendo indicado, neste caso, consultar um médico neurologista.
Em pacientes com Alzheimer, os receptores no hipocampo, responsáveis pelo controle
da tensão vascular, tem seu número significativamente aumentado em relação a
pessoas normais da mesma idade, provavelmente devido a uma "up regulation" em
resposta à diminuição da melatonina circulante. O pico noturno de melatonina não
ocorre, ou é muito reduzido em idosos normais. A melatonina apresenta uma redução
na formação da proteína B amilóide que é a responsável pelo mal, tendo, portanto, um
efeito que permitiria supor uma ação anti-Alzheimer.
1.6 A MELATONINA E A MEMÓRIA
A melatonina também tem um efeito sobre a retenção de memória, tendo sido efetiva
na reversão da perda de memória em animais velhos e em modelos de Alzheimer.
1.7 A PINEAL E O CEREBELO
Na parte posterior do crânio está localizado o cerebelo, cuja função é a manutenção do
equilíbrio, tônus muscular e da postura, bem como da coordenação dos movimentos.
Se houver qualquer tensão ou lesão no cerebelo, esta repercutirá no funcionamento da
pineal e suas preciosas secreções serão prejudicadas. O cerebelo é comparado a um
computador muito elaborado. Ele não somente recebe impulsos proprioceptivos, os
quais informam sobre a posição de nosso corpo ou de suas partes, como também
chegam impulsos visuais, táteis e auditivos que podem ser utilizados pelo cerebelo.
Não se sabe exatamente como ele executa esta tarefa.
1.8 O ALIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O sistema nervoso central é um todo, sua divisão em partes é exclusivamente didática. Essa
divisão, em relação a um critério anatômico, reconhece que ele se localiza dentro do esqueleto
axial, isto é, cavidade craniana e canal vertebral. O encéfalo é a parte do sistema nervoso
central situado dentro do crânio neural. A medula se localiza dentro do canal vertebral.
Encéfalo e medula constituem o neuro-eixo.
No encéfalo, temos o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. No homem, a relação entre
tronco encefálico e o cérebro pode ser grosseiramente comparada à que existe entre o tronco e
a copa de uma árvore.
O sistema nervoso é formado por estruturas nobres e altamente especializadas, que exigem
para seu metabolismo um suprimento permanente e elevado de glicose e oxigênio. Assim, o
consumo de oxigênio e glicose pelo encéfalo é muito elevado e requer um fluxo circulante
intenso. Quedas na concentração desses elementos ou a suspensão do afluxo sanguíneo ao
encéfalo não são toleradas além de um período muito curto.
A parada da circulação cerebral por mais de 7 segundos leva o indivíduo à perda da
consciência. Após cerca de 5 minutos começam a aparecer lesões que são irreversíveis.
Contudo, áreas diferentes do sistema nervoso central são lesadas em tempos diferentes,
sendo as áreas filogeneticamente mais recentes as que primeiro se alteram. A área lesada que
resiste por mais tempo é o centro respiratório situado no bulbo.
Os processos patológicos que acometem os vasos cerebrais tais como tromboses, embolias e
hemorragias ocorrem com uma freqüência cada vez maior com o aumento da vida média do
homem moderno. Cumpre lembrar que no sistema nervoso central, ao que parece, não existe
circulação linfática, por outro lado, existe circulação liquórica.
EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA A GLÂNDULA PINEAL
É indicado ao praticante fazer estes exercícios sentado e com os olhos fechados.
Observe a localização da glândula pineal no topo do crânio [figura 1].
Faça os exercícios procurando sentir a localização da pineal. Coloque também sua atenção na
respiração, lembrando do alimento necessário ao Sistema Nervoso Central.
EXERCÍCIO 1 [Massagear o alto do crânio]
Glândula Pineal ou Epífise- Exercício 1]
♦ Faça um movimento circular com a polpa dos
dedos das duas mãos sobre o couro cabeludo, no
alto da caixa craniana. Investigue vagarosamente
até encontrar uma reentrância. Sinta-a com os
dedos. Esse ponto corresponde à “moleira” dos
recém-nascidos.
♦ Massageie esse ponto usando os dedos indicador e
médio. Procure perceber qual o sentido mais
confortável [sentido horário ou anti-horário].
♦ Massageie lentamente o ponto sem provocar atrito com a pele. Perceba que o
couro cabeludo, muito colado no início, se desprende melhor depois de um certo
tempo.
♦ Faça essa massagem sem pressa, no seu ritmo e no seu tempo.
É importante salientar que este ponto é o local de união de todos os meridianos. A
prática é ótima antes de dormir, pois a glândula pineal é a rainha do sono profundo.
EXERCÍCIO 2 [Massagear para frente e para trás o couro cabeludo com os dedos]
Glândula Pineal ou Epífise- Exercício 2
♦ Outra forma indicada e confortável é
puxar o couro cabeludo para frente e
para trás sempre a partir desse ponto
[no alto da caixa craniana].
EXERCÍCIO 3 [Tamborilar o alto do crânio com os dedos]
Glândula Pineal ou Epífise- Exercício 3
♦ A seguir você vai “tamborilar” com os dedos médios o
ponto no alto da caixa craniana, onde se localiza a
glândula pineal. A ação do toque deve ser amorosa, não
use força.
♦ Perceba o que está sentindo. Você poderá sentir calor,
salivação, enjôo, um mental tranqüilo.
EXERCÍCIO 4 [Massagear a fronte na linha do início do couro cabeludo e a “coroinha”]
Glândula Pineal ou Epífise- Exercício 4
♦ Coloque o dedo médio e indicador da mão direita na
fronte, precisamente no início do couro cabeludo,
alinhados com o nariz. Massageie este ponto com os
dois dedos. Escolha a direção que for mais confortável
e agradável.
♦ Faça as massagens nos pontos cranianos sempre
vagarosamente e observando seu próprio ritmo e
tempo.
♦ Continue massageando esse ponto e com os dedos da outra mão encontre uma
reentrância na parte posterior do crânio (um pouco mais atrás do topo da cabeça),
acima do cerebelo. Esta reentrância ou depressão corresponde ao lugar chamado
de “coroinha”. Os religiosos costumam marcar bem essa região, usualmente
rasurando os cabelos num formato circular.
♦ Coloque o dedo médio e indicador sobre esse ponto e massageie no sentido que
achar mais confortável.
Perceba as sensações (dor, calor, lágrimas, relaxamento nos nervos oculares, sensação
de estímulo da tiróide, sensação do palato, sensação de sair do tempo].
FINALIZAÇÃO [Irradiando calor com as mãos]
♦ Em seguida, aqueça as mãos friccionando-as e colocando-as no topo da cabeça.
Deixe que as mãos escolham qual deve ficar em cima e qual deve ficar embaixo.
♦ Perceba o calor que a fricção das mãos provoca. Sinta o calor irradiando para a
pineal e a resposta receptiva dessa glândula ao calor.
Faça contato com a glândula pineal, enviando-lhe afeto, reconhecendo todo o complexo
trabalho que faz no seu organismo. Reconheça sua importância no equilíbrio geral do
organismo e no retardamento do envelhecimento. Ao fazer isto, a glândula recebe calor
e magnetismo.
OBSERVAÇÕES
As tradições respeitavam a glândula pineal e a consideravam alinhada ao mais elevado
centro espiritual. Os hindus entendiam que dentro do Lótus de Mil Folhas ou Chakra
da Coroa, encontrava-se o verdadeiro centro do coração.
Na tradição judaica usa-se até hoje o kipá [usado no topo da cabeça]. É usado para
lembrar o usuário de sua reverência diante de Deus.
Na mitologia grega, Hermes [Mercúrio] era representado com um capacete alado,
símbolo de invulnerabilidade e de potência. Hades [Plutão] possuía um barrete que
adornava sua cabeça e o tornava invisível.
Os católicos representam os santos com auréolas ou halos dourados. Desta forma, a
“coroa” no alto da cabeça tem um significado que não poderíamos omitir. Sua forma
circular indica a participação da natureza celeste, um “Dom” vindo de cima, um poder,
o acesso a um nível e a forças superiores.






                       Luz: A mais antiga terapia retornando para o novo tempo


:: Rosa Maria Masino :: 
A terapia da luz, que surge como uma grande promessa para a humanidade nesta virada do milênio, já era praticada desde o início dos tempos por diversas culturas. Já na bíblia encontramos a expressão em que Deus, o Criador disse: "Fiat Lux" (faça-se a luz) e a vida começou. Jesus na sua passagem pela terra curava com a luz de Deus e até hoje a humanidade recorre à luz do espírito para curar aqueles males que a ciência não consegue desvendar. Encontramos nos textos antigos que os médicos gregos e do antigo Egito praticavam curas por exposição à luz solar. Heliópolis, a cidade grega do sol, era uma verdadeira cidade de cura pela luz. Fundada por Heródoto, pai da helioterapia, foi concebida com inúmeros templos de cura onde se praticava a terapia solar através dos seus componentes espectrais (cores).
Embora se atribua ao antigo Egito a descoberta da terapia cromo-espectral, foram os gregos através da helioterapia, que deram início às práticas da atualmente conhecida cromoterapia. Os antigos egípcios valendo-se do fato de que a cor vermelha estimula, enquanto que a cor azul relaxa e revigora, desenvolveram a base da cromoterapia para tratar tanto doenças físicas, mentais ou emocionais.
Pitágoras, que viveu na Grécia 500 anos antes de Cristo, já praticava a terapia cromo-espectral. Hipócrates e Galeno, médicos gregos do início da nossa era, também conheciam as qualidades terapêuticas da luz, embora de maneira intuitiva. Aristóteles foi o primeiro a afirmar que a luz se propagava em forma de ondas, sendo Ptolomeu quem descobriu o fenômeno da refração, toda vez que a luz atravessa dois meios de natureza diferente.
Em 1672, Isaac Newton, utilizando um prisma, foi o pioneiro na descoberta de que a luz, no seu espectro visível, ao incidir num prisma, se decompõe nas cores do arco-íris. Em 1676, Ole Römer, foi o primeiro a medir a velocidade da luz, iniciando-se assim, a ciência que estuda as características físicas da luz: a ótica.
Quase que ao mesmo tempo, em que surgem os primeiros enfoques científicos sobre a luz e suas propriedades, surgem escritores e filósofos como Shakespeare e Descartes, que não só perceberam a importância da luz como fenômeno físico, mas também, a sua relação com a essência humana. Eles descobriram que os olhos, portadores da luz para o corpo, a mente e o espírito, constituíam uma via de acesso para se chegar à integração do ser com sua essência, com o meio externo, com o universo e com Deus.
O filósofo e escritor alemão Goethe, em 1840 lança sua obra "Teoria das Cores" onde é registrada por primeira vez na história, a influência que a cor exerce nas nossas vidas à nível físico, mental e emocional. A partir deste ponto surge um novo enfoque no estudo da luz e seus efeitos na vida humana.
Os médicos do século XIX se envolvem nas experiências de tratamentos de doenças, como a paralisia e tuberculose, com a luz solar e as cores. Em 1876 Augustus J. Pleasanton publica seu livro "Luzes do sol e azuis", onde relata os efeitos da luz azul no sistema glandular, no sistema nervoso e nos órgãos secretivos. Em 1877 o Dr. Seth Pancoast publicou seu livro "Luzes vermelhas e azuis", onde trata do poder bactericida da luz violeta. Em 1878 o dr. Edwin Babbitt publicou seu clássico "Os princípios da luz e da cor", onde relata incontáveis experiências de cura, das mais diversas desarmonias, atuando com luz colorida de diferentes cores e matizes. Esta obra despertou o interesse da classe médica pela terapia da luz e continua sendo objeto de estudo até os dias de hoje. Seguidamente descobertas, como o poder bactericida da luz ultravioleta, assim como, o reconhecimento da influência da luz na produção da vitamina D e sua incidência no tratamento do raquitismo, foram fatos que despertaram cada vez mais, o interesse dos médicos da época pelo estudo da terapia da luz. Em 1920 o médico indiano Dinshah P. Ghadiali funda o "Spectro-Chrome Institute", destinado a treinar médicos e outros terapeutas, na "terapia da luz e da cor" e em 1933 publica sua obra de três volumes: "Spectro-Chrome Metry Encyclopedia".
Nesta obra, Ghadiali, relata que todo elemento químico em estado de ativação, emite uma radiação característica dentro do espectro de bandas coloridas, chamada de linhas espectrais de Fraunhofer. Esta radiação definida por uma freqüência e um comprimento de onda, é única para cada elemento e podemos considerá-la como sendo as "impressões digitais" do elemento. Ghadiali também descobriu que quando um elemento é exposto à luz branca, ele absorve a freqüência correspondente à sua banda espectral e emite luz nessa mesma freqüência. Tal o caso do ferro na fotossíntese, em que absorve da luz branca a banda espectral correspondente à cor verde e emite essa mesma banda de freqüência, conferindo a cor verde aos vegetais. Ele concluiu que estando o corpo humano constituído de muitos elementos químicos, também ele deve absorver luz de uma dada freqüência e emiti-la ao exterior, através do campo electromagnético que envolve o corpo, que os antigos chamaram de aura.
Então, Ghadiali, estudou o espectro de Fraunhofer para cada elemento dentro do corpo e comparou cada emissão de cor primária do elemento com sua função fisiológica. Concluiu que a principal cor emitida pelo elemento estava relacionada à função do mesmo no corpo; portanto, quando essa cor fosse aplicada terapeuticamente, auxiliaria a função deste elemento no organismo. Desenvolveu assim, um conjunto de 12 filtros de cor a serem utilizados como sistema cromo-espectral de cura, dando origem às bases de uma nova terapêutica, que prometia revolucionar a ciência médica da época, com o início de uma terapia não invasiva que permitia tratar das doenças do corpo, da mente e da alma através da luz.
No tempo em que Dinshah Ghadiali desenvolvia o sistema cromo-espectral, o Dr. Harry Riley Spitler introduz uma pesquisa que iria revolucionar a medicina da época. Spitler, baseado nos estudos dos trabalhos de Babbitt e Ghadiali, implanta a terapia da Luz no sanatório que dirigia. Com base nos resultados obtidos, Spitler descobre que a terapia da luz que utilizava a aplicação de luz colorida, oferecia novas perspectivas de crescimento em aplicações e eficácia, quando a luz era direcionada através dos olhos.
Descobriu que tanto o sistema nervoso autônomo, quanto o sistema endócrino, estavam ligados ao cérebro através dos olhos. A luz que penetra no corpo através dos olhos, estaria restaurando o equilíbrio desses sistemas e de outras funções do cérebro. Assim, Spitler dá início a uma nova abordagem da terapia da luz, a qual chamou de sintônica. A sintônica refere-se ao equilíbrio fisiológico do sistema nervoso. Spitler descobriu também, que a cura pela luz não se processava de igual maneira com todos os indivíduos e que dependia do seu biótipo e constituição física/emocional. Spitler desenvolve então, um sistema mais completo que seus antecessores, onde relaciona a constituição e o biótipo da pessoa, baseando a terapia na energia e na freqüência da luz transmitida, em vez de baseá-la no uso de filtros coloridos, pois embora cada cor de filtro gerasse uma freqüência característica de luz, devido ao biótipo, ela não seria igualmente absorvida pelo receptor.
Spitler e seus seguidores continuaram com sucesso suas experiências até os nossos dias, baseados na comprovação científica de que os olhos são verdadeiramente as "janelas da alma". Em 1938 Spitler dá sustentação e base científica ao surgimento de uma nova terapia não invasiva que prometia revolucionar a medicina: a terapia da luz.
Mas, ao mesmo tempo em que Spitler iniciava sua escalada surpreendente dentro da classe médica, treinando médicos e outros profissionais da saúde, nesta nova visão da cura pela luz, no College of Syntonic Optometry, um fato científico muda o foco de atenção da medicina para a farmacologia.
Foi o prêmio Nobel, outorgado ao dr. Domagk, pela descoberta da sulfanilamida, que deu início ao redirecionamento e a uma nova fase da ciência médica: a da medicina medicamentosa , onde as doenças são tratadas quimicamente, priorizando a eliminação dos sintomas, ficando em segundo plano, os tratamentos que visam reequilibrar o indivíduo gerador da doença.
Ofuscada pela nova droga, a terapia da luz implantada por Spitler em sua clinica, foi ficando obsoleta e passou temporariamente para a clandestinidade.
Apesar da resistência da classe médica, os estudos do Dr. Spitler continuaram e suas descobertas também. Mesmo sem grande aceitação na área médica, o College of Syntonic Optometry continua até os dias atuais, desenvolvendo e divulgando as descobertas da terapia da luz através dos olhos.
Após a morte do Dr. Spitler em 1961, seus alunos e seguidores continuaram com o instituto, hoje dirigido pelo Dr. Jacob Liberman, autor da obra "Luz A Medicina do Futuro", obra que constitui uma verdadeira homenagem aos pioneiros da cura pela Luz.
Na década de 70, o Dr. Robert Gerard em sua tese de psicologia, demostrou como os sentimentos e emoções são influenciados pela visão de determinadas cores e sua relação com o sistema nervoso autônomo.
O Dr. Harry Wohlfarth, focalizando também o sistema nervoso autônomo (SNA), conseguiu através de estudos empíricos, verificar a influência das cores no SNA e a sua incidência na pressão arterial, na freqüência respiratória e no ritmo cardíaco.
Nesta mesma época, surgem outras pesquisas envolvendo a luz e a cor, através das observações do Dr. Max Lüscher, que estudou profundamente o tema: "preferência pela cor".
Baseado nos estudos da obra de Ghadiali, a qual sustenta que a preferência por uma determinada cor está ligada à ausência desta mesma cor dentro do indivíduo, na forma do elemento químico gerador e emissor da cor, Dr. Lüscher descobriu que a preferência por uma cor está associada a um estado mental e a um estado de equilíbrio hormonal.
A experiência consistia em submeter repetidamente, uma região específica do cérebro de um coelho, (que era o final do caminho percorrido pela luz, desde o olho até a glândula pineal), à luzes de cores diferentes. Observou-se que algumas cores estimulavam a função endócrina, enquanto outras, podiam inibir, e até, desequilibrar completamente tal função.
A partir desta experiência, chegamos aos anos 90 com a confirmação de que, diferentes cores (comprimentos de onda diferentes) ao incidirem através do olho humano, na glândula pineal, afetariam o sistema endócrino e o sistema nervoso autônomo, o qual, por sua vez, influenciaria, através do nervo vago, todos os órgãos internos, assim como os órgãos dos sentidos e as funções periféricas do corpo.
O Dr. Lüscher descobriu também, em suas pesquisas, que à nível mental, as reações de um indivíduo a determinados comprimentos de onda, estavam associadas à sua primeira memória, anterior e única, localizada na região dos gânglios da base do cérebro, ligada às informações provenientes das profundezas de seu centro (da sua Alma talvez?). Neste ponto, podemos observar que a ciência dos anos 90 parece estar demonstrando a autenticidade das informações que os antigos obtiveram de forma intuitiva.
Tal o caso da teoria dos Chakras, encontrada em escritos tibetanos antigos, onde se sustenta que a luz entra no corpo através dos olhos (janelas da alma) até a pineal (sede da alma) e continua percorrendo um sistema de 7 centros energéticos, os quais localizam-se exatamente nos locais das principais glândulas endócrinas.
Estes centros se correspondem com diferentes estados de consciência pessoal e aspectos da personalidade, além de se comunicarem entre si, por uma rede de finos canais energéticos, chamados de nadis, que se estendem fora do corpo físico. Os antigos consideravam que pelos nadis a energia da fonte da vida se tornava matéria.
Segundo o Dr Jacob Liberman, afirmou em sua obra: "Luz a medicina do futuro", ed. Siciliano, edição 1994, pág. 61: "Talvez seja a hora de compreendermos que nosso conhecer intuitivo antecedeu nossas descobertas científicas. Será que não estamos, na verdade, utilizando o método científico para comprovar o que já sabemos?"
Em 1982, a Dra. Sharon McDonald deu outra valiosa contribuição à terapia da luz, submetendo 60 mulheres de meia idade portadoras de artrite reumatoide, à exposição com luz azul. Da experiência, resultou que as dores diminuíam enquanto as regiões afetadas permaneciam expostas à luz azul. Também observou que quanto maior o tempo de exposição, maior era o benefício obtido.
Em 1985 o Dr. John Ott abre um grande portal nas pesquisas da terapia da luz, lançando o filme "Explorando o espectro" , onde mostra as observações microscópicas dos efeitos da luz sobre os padrões de movimento dos cloroplastos (componentes celulares portadores da clorofila).
Inicialmente, submeteu os cloroplastos à luz de espectro total e seguidamente fez a mesma experiência, colocando filtros vermelho e azul. O Dr. Ott observou que o padrão de movimento era alterado e interrompido, quando utilizava luz filtrada e ele retornava ao normal quando colocada uma fonte de luz ultravioleta que reproduzia características próximas ao espectro solar.
John Ott deu sua grande contribuição ao demostrar os efeitos que determinados comprimentos de onda provocavam à nível celular, tanto em organismos animais, quanto vegetais. Esta experiência abriu espaço para direcionar as pesquisas da terapia da luz em relação às doenças que afetam os processos celulares, como a mutação do DNA que ocorre nos casos de câncer e até mesmo na AIDS.
Posteriormente, a Dra. Smith Sonneborn, professora de zoologia e fisiologia, com base nas experiências do Dr. Ott, iniciou uma pesquisa utilizando organismos unicelulares, chamados parmécios. Ela descobriu que para uma célula se tornar cancerosa, em primeiro lugar, ela teria que sofrer uma alteração no seu componente hereditário responsável pelo reparo celular presente no DNA, por outro lado, ela verificou que as células velhas apresentavam acúmulo de DNA alterado. Seguidamente, direcionou a sua pesquisa no sentido de verificar se era possível recuperar as células danificadas e rejuvenescer as envelhecidas, para assim, eliminar o risco de se tornarem cancerosas. As pesquisas foram um verdadeiro sucesso e demonstraram claramente, que determinados tipos de luz do espectro visível, revertiam o processo de envelhecimento celular, assim como, reparavam as células cancerosas.
Os resultados destas pesquisas, surgidos na década de 90, se aproximam cada vez mais, das atuais e novas abordagens terapêuticas, que contribuem ainda mais, para a sustentação da terapia da Luz e da cor.
Um novo estágio na terapia da luz se inicia a partir de 1989, das descobertas do Dr. Russel J. Reiter, em relação a melatonina, o hormônio e neurotransmissor liberado pela glândula pineal.
A melatonina é produzida pela glândula pineal e regulada pelo ciclo diário de claro e escuro (conhecido como ritmo circadiano) . A glândula pineal está ligada aos olhos e o escuro lhe serve de sinal para iniciar a produção de melatonina. A glândula pineal está conectada aos olhos (as janelas da alma) por uma via nervosa direta, que produz a melatonina, ao escurecer, ajudando a regular o ritmo biológico básico de cada órgão, cada tecido e cada célula do corpo. Ela regula ainda, outros rítmos, como o ciclo do sono e vigília e o início da puberdade.
A partir dos numerosos estudos e pesquisas à respeito da ampla gama de propriedades da melatonina, a glândula pineal foi se tornando cada vez mais objeto de interesse da ciência, sendo hoje considerada como a nova glândula-mestre responsável pelo relógio biológico e pela liberação da melatonina, hormônio responsável pela produção de uma ampla variedade de hormônios que regulam diversos processos orgânicos, desde a digestão até a reprodução.
A melatonina no cérebro age como indutora do sono; no coração e no sistema circulatório, reduz a formação de coágulos, o que por sua vez, ajuda a proteger o organismo de ataques e derrames. Na corrente sangüínea, aumenta a capacidade de produção de anticorpos fortalecendo o sistema imunológico. E finalmente, no corpo inteiro, a melatonina age diretamente sobre as células, como antioxidante, protegendo-as dos danos provocados pelos radicais livres, considerados os vilões responsáveis pelo envelhecimento.
Os radicais livres são compostos químicos produzidos no processo de degradação e oxidação das proteínas e são altamente instáveis e reativos, capazes de atacar a parede celular e provocar mutações do DNA da mitocôndria, afetando assim, os processos de reparo e renovação celular, dando origem ao envelhecimento e a produção de células cancerígenas.
Foi comprovado que a melatonina constitui um poderoso antioxidante que inibe os ataques à membrana celular por radicais livres, protegendo o mecanismo de reparo e renovação celular, restringindo os processos de envelhecimento. Deste ponto de vista, a glândula pineal responsável pelo relógio biológico, torna-se também, a controladora do relógio anti-envelhecimento. A glândula pineal conectada aos olhos e alimentada pela luz através deles, é a diretora geral do equilíbrio entre os processos orgânicos internos e o meio externo. Se examinarmos do ponto de vista holístico, a Pineal através da luz, governa a integração e o equilíbrio entre os processos internos do ser humano e o resto do universo.
A glândula pineal considerada em 1616, como a sede da alma por René Descartes, como o centro do chakra da coroa pelos indianos e iogues, o lugar de encontro com Deus, na tradição hebraico cristã e o lugar por onde entra a energia da vida no meridiano do fígado, para os chineses, sendo posteriormente subestimada pela ciência, que a considerou como o apêndice do cérebro, hoje volta a ser o centro das atenções da ciência devido a sua possível função como "fonte da juventude", a partir das propriedades da melatonina.
Do ponto de vista filosófico, religioso e metafísico a pineal também está sendo objeto de estudos, ocupando um lugar de destaque, pois muitas técnicas de meditação e trabalhos com energia, têm revelado um aumento dos potenciais e das funções atribuídas à pineal. Assim como a ciência demostrou que as funções da pineal são afetadas pela luz e o equilíbrio luz-escuridão, também foi detectado que a glândula pineal responde não apenas à luz solar, mas também, à luz espiritual, ou seja, a luz que os olhos visualizam em estados de meditação ou de oração profundos.
Surge neste momento uma reflexão: de igual maneira, como ocorreu com a abordagem sobre a glândula pineal, que ocupou um lugar de destaque para os antigos, sendo posteriormente subestimada pela ciência moderna, e que volta hoje, a ser objeto de estudos, como a grande glândula-mestra, que promete desvendar os mistérios da vida e da eterna juventude, talvez de maneira semelhante, a terapia da luz, que chegou ao seu auge entre os antigos, e que foi encostada pela ciência do século passado, volte nos dias de hoje, como uma revolucionária terapia não-invasiva que está mostrando excelentes resultados em áreas onde as terapias convencionais fracassaram, iniciando-se uma nova fase evolutiva da ciência e da filosofia, nas quais a luz e a linguagem das cores, sejam o alimento e o remédio do futuro.
Estamos sem dúvida, no limiar do surgimento de uma nova base para a existência humana na face da Terra, onde uma integração ciência-espiritualidade se faz absolutamente necessária para evitar retrocessos no processo evolutivo. Cabe a cada ser humano a grande responsabilidade de honrar a vida em todas as suas formas de manifestação da luz de Deus.

Bibliografia:
Light the medicine of future , Jacob Liberman - Bear & Company
Luz a medicina do futuro, Jacob Liberman - Ed. Siciliano
Homem, Comunicação e Cor, Irene T. Framckoowiak - Ed. Ícone
Corpo Território do Sagrado, Evaristo Eduardo de Miranda - Ed. Loyola
Death of Ignorance, Dr. Fred Bell - New Age Press
Melatonina a Fonte da Juventude - Steve J. Bock - Ed Campus
O Espírito este desconhecido, Jean E. Charon - Ed. Melhoramentos
As Origens da Vida, Jules Carles - Edições 70


E.G.CRESPO & ANA MARIA VIEGAS
Os chacras
In: EVOLUÇÃO DO COMPLEXO PINEAL DOS VERTEBRADOS
E.G.Crespo & Ana Maria Viegas
Colecção Natura, Nova Série - Vol. XVI
Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais
Lisboa, 1991


I. INTRODUÇÃO
Basicamente a evolução do complexo pineal dos Vertebrados traduz-se na transformação de estruturas sensoriais (nervosas), os «olhos» pineais dos Vertebrados inferiores, em estruturas endócrinas, as glândulas pineais dos Vertebrados superiores. Uma das questões que desde logo se pode colocar é a de como se terá operado esta transformação. Teria havido um salto evolutivo na acepção saltacionista do conceito ou, pelo contrário, esta transformação pode ser compreendida como um processo gradual, numa dupla perspectiva morfo-funcional?
Como veremos, a evolução do complexo pineal dos Vertebrados ilustra, quanto a nós, excelentemente, o que podemos considerar ser a essência de um processo evolutivo de tipo gradualista.
É, em muitos casos, difícil compreender como fenómenos evolutivos, envolvendo estruturas relativamente complexas, se possam ter desenrolado através de processos aleatórios, isto é, através de sucessivas mutações que se terão logo de integrar, harmonicamente, num conjunto plenamente funcional. Esta aparente dificuldade tem sido, recorde-se, mais em particular no que se refere à origem dos olhos complexos de certos grupos animais (Vertebrados, Cefalópodes, etc.), um dos mais evocados argumentos anti-darwinianos (anti-gradualistas).
Para se evidenciar a natureza gradualista dos processos evolutivos há portanto não só que demonstrar a existência de fases intermédias mas também o significado adaptativo das mesmas.
O caso da transformação de um «olho» numa glândula endócrina, no decurso da evolução dos Vertebrados que iremos desenvolver neste trabalho, é, como dissemos, um magnífico exemplo deste tipo de processos. Trata-se, como veremos, de uma transformação gradual, por pequenos passos, em que são evidentes numerosas fases intermédias, cujo valor adaptativo, imediato e pleno, facilmente se pode compreender. Esta transformação ajuda igualmente a entender que na evolução as soluções para cada problema não são ilimitadas. Existem numerosas limitações impostas pelas estruturas orgânicas pré-existentes que constrangem, canalizam, a evolução. As adaptações resultam sempre da conversão do que já existe, de uma reutilização do pré-existente, não se formam «de novo». Como diz SACARRÃO (1985), o que já existe fornece os materiais e, simultaneamente, os limites para as transformações subsequentes. Em suma, que a evolução se processa quase sempre por pequenos passos evolutivos que podem ser mais ou menos rápidos, mas sempre no contexto de um processo contínuo, gradual (ver SACARRÃO, 1986).
A existência, hoje plenamente confirmada, de um perfeito continuum neuro-endócrino, consubstanciado nos conceitos de série APUD e de paraneurónio, vem, por outro lado, permitir um melhor enquadramento e compreensão desta transformação de um «olho» numa glândula endócrina numa óptica gradualista.
O tema que desenvolveremos dar-nos-á ainda oportunidade de abordar vários e significativos aspectos da fotobiologia, nomeadamente a utilização da informação fótica na organização temporal, "rítmica, de muitos e importantes processos bioquímicos, metabólicos e comportamentais que na actualidade dão corpo a um novo domínio da biologia -a Cronobiologia.
Através da nossa exposição concluiremos que, ao contrário do que até há bem poucos anos se supunha, os órgãos do complexo pineal assumem, mesmo nos Vertebrados superiores (incluindo o próprio Homem), relevante significado funcional.

II. EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS SOBRE A PINEAL - PERSPECTIVA HISTÓRICA
Esta discreta e até há pouco tempo enigmática estrutura cerebral vem despertando há mais de vinte séculos a curiosidade do Homem. A sua particular topografia talvez explique este facto. No caso humano, é uma formação ímpar, localizada na parte superior do encéfalo (epitálamo) que ocupa aproximadamente o centro geométrico do crânio.
Uma das mais antigas e interessantes referências à pineal encontra-se nos «Vedas», livros sagrados dos hindús. Segundo estes, existem no Homem sete «Chacras» ou centros de energia vital (etérica), situados ao longo do eixo do corpo. O mais importante destes centros, localizado no topo da cabeça, o 7º «chacra» ( «saharasra-chacra» ou lótus-das-mil-pétalas), sede da suprema força espiritual, é identificado com a pineal.
Para muitos dos estudiosos deste assunto, as tranças ou tufos de cabelos que ornamentavam o cimo das cabeças dos membros de algumas antigas seitas religiosas orientais (frequentemente representados na arte bizantina), seriam a expressão externa deste centro. Alguns destes autores chegam mesmo a admitir que os nimbos dos santos cristãos, e até as tonsuras dos sacerdotes católicos, podem ser reminiscências destas velhas crenças sobre o significado transcendental deste misterioso órgão.
Os designados «Hdab-stom> dos tibetanos - centros de convergência da energia inconsciente e pontos de projecção para a consciência cósmica - são considerados equivalentes aos «chacras» hindús (RUBlO, 1978). Também o «olho-místico» ou «olho de Hórus» dos antigos egípcios que concederia aos iniciados a clarividência, isto é, a visão directa do invisível, tem sido, por vezes, associado aos conceitos sobre o significado «oculto» da pineal das antigas culturas orientais.
Curioso é o facto de muitas destas ideias serem ainda hoje perfilhadas, quase que integralmente, por diversas escolas ocultistas (esotéricas), para-psicologistas e «yogas», europeias e americanas.
Através dos antigos filósofos gregos estes conceitos difundiram-se pelas culturas ocidentais. A HERÓFILO e a ERASÍSTRATO, cerca de 300 a.C., se ficam a dever as primeiras descrições da pineal. Consideravam-na como uma espécie de válvula que regularia o fluxo dos «spiritus» (ou «pneuma»), através dos ventrículos encefálicos. Mais tarde, GALENO, 130-200 a.C., refutou estas opiniões, dado ter verificado, com razão, que este órgão está localizado fora do sistema ventricular. Sugere que se trataria de uma glândula linfática. Foi este autor que, com base na sua forma de pinha, o designou por «Konarium» (em latim, pineal), termo que ainda hoje se conserva na denominação de algumas das estruturas relacionadas com este órgão. A pineal é também designada por epífise («que cresce para cima»), devido à sua localização.
No século XVII, DESCARTES, no seu livro «De l'Homme», ainda fortemente influenciado pelas ideias dos antigos gregos, mas numa perspectiva puramente mecanicista, localiza a alma na pineal. Seria ali que, na sua concepção, se formaria o «spiritus animalis» que depois se distribuiria pelos ventrículos encefálicos. Destes fluiria através de pequenos poros e dos nervos (ocos, como na altura se pensava) para a periferia (músculos, glândulas, etc.). Os estímulos externos actuariam abrindo ou fechando aqueles poros ventriculares e sobre a própria pineal, aumentando ou diminuindo assim o fluxo do «spiritus animalis».
Esta concepção «dualista», corpo (máquina) -alma, embora desde logo objecto de severas críticas, persistiu, e ainda hoje é perfilhada por alguns neuro-cientistas. Estes admitem a existência de uma região do cérebro, em ligação directa com o «espírito», à qual obedeceria toda a máquina cerebral. Mesmo para o actualmente muito conhecido filósofo KARL POPPER, esta ideia cartesiana não parece ser de todo absurda (ver SACARRÃO, 1989).
Pondo de parte todas as reticências que esta teoria obviamente nos merece, não deixa contudo de conter elementos extraordinariamente interessantes. A ideia de considerar a pineal como um receptor, talvez mesmo como um «integrador» de estímulos externos, foi na realidade uma admirável e genial intuição. Efectivamente DESCARTES como que anteviu as funções que hoje são atribuídas a este órgão, ou seja, as de um «transdutor» neuro-endócrino da informação luminosa (e não só).
Depois de DESCARTES e praticamente até à segunda metade do século XIX, a pineal só esporadicamente despertou a atenção de alguns investigadores. Neste período podem citar-se, entre outros, COOPER e HENLE (reafirmando a antiga ideia de GALENO, acerca da natureza linfática da pineal), e também LEYDlG (morfologia da pineal de Lacerta sp.) e GOETH (morfologia da pineal de Bombina sp.).
Dado que a anatomia comparada, a anatomia microscópica e a embriologia antecederam o desenvolvimento da fisiologia, é natural que os primeiros conceitos acerca do significado da pineal se alicerçassem em observações de índole essencialmente morfológica.
Nos começos do século XX, a citologia pineal de muitas espécies de Vertebrados tinha já sido descrita por STUDNICKA.
Entretanto, com a descoberta dos órgãos endócrinos, o interesse pela pineal aumentou e começaram a surgir trabalhos sobre a sua actividade funcional. Ainda nos finais do século passado, DE GRAAF foi quem primeiro sugeriu funções foto-receptoras para os órgãos dos complexos pineais dos Répteis e dos Anfíbios e RABL-RUCKLAND relacionou estas estruturas com a recepção de estímulos térmicos. Também GUTZEIT e HEUBNER correlacionaram o desenvolvimento precoce dos órgãos genitais e alguns casos de puberdade antecipada (em jovens do sexo masculino), com a existência de tumores na pineal. Estas observações foram prosseguidas, mais tarde, por MARBURG, sugerindo-se que a pineal poderia ter um papel inibidor na maturação dos órgãos sexuais.
Por outro lado, VON FRISCH, McCORD e ALLEN assinalaram a intervenção da pineal nas variações do estado de agregação dos melanosomas dos melanócitos tegumentares, em larvas de Peixes e Anfíbios.
Apesar, contudo, destas descobertas isoladas, podemos afirmar, de acordo com BRAINARD (1978) que a ideia que prevaleceu, até quase metade deste século, era a de que a pineal dos Vertebrados superiores, e mais em particular a do Homem, era um mero rudimento, sem qualquer significado funcional relevante, de um órgão foto-receptor ancestral.
Durante este período, para muitos clínicos, a pineal humana pouco mais significou que uma útil referência radiológica, dada a sua conhecida tendência para se calcificar. Após a segunda guerra mundial e sobretudo a partir da publicação, em 1954, da «Pineal Gland», obra da autoria de KITAY e ALTSCHULE, as pesquisas sobre este órgão sofreram um impulso decisivo. Isto apesar de já em 1940 ter sido publicada uma importante obra sobre esta matéria, «The Pineal Gland», por GLADSTONE e WEKELEY.
Foi contudo o trabalho de KITAY e ALTSCHULE que veio organizar e sumarizar toda a literatura produzida até à data, em grande parte fruto de trabalhos incompletos, deficientemente controlados e até contraditórios.
Outro facto que, sem dúvida, muito contribuiu para o decisivo arranque das investigações neste domínio, foi a descoberta e isolamento, na pineal, por LERNER e col. (1958), de uma indolamina, a melatonina, inicialmente julgada como hormona exclusiva deste órgão.
Nas últimas décadas o interesse pela pineal cresceu espectacularmente e uma impressionante quantidade de informação tem sido conseguida por investigadores das mais diversas áreas científicas - histologistas e histoquímicos, embriologistas, endocrinologistas, neurologistas, psiquiatras, etologistas, ecologistas, etc.
Expressando este crescente interesse, sucessivas reuniões internacionais, especificamente dedicadas à pineal, têm sido realizadas nos últimos anos (Amsterdão, Londres, Jerusalém, Leibig, etc.). Hoje já existem revistas totalmente consagradas a esta matéria, nomeadamente o «Journal of Pineal Research» e a «Pineal Research Reviews».
Podemos afirmar a concluir que actualmente a pineal, mesmo no caso dos Vertebrados superiores (incluindo o Homem), longe de ser tida como um órgão rudimentar, destituído de quaisquer funções significativas, é considerada um importante transdutor da informação fótica (e não só), com decisiva intervenção no eixo hipotálamo-gónadas, modulando os ritmos circadiários e sazonais de muitos processos bioquímicos, metabólicos e comportamentais.

















 
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                       Epífise – A Glândula do Raciocínio
A máquina do raciocínio chamada cientificamente de Glândula Pineal ou Epífise, teve várias denominações ao longo do tempo.
Há pelo menos 2.000 anos, foi considerada pelos cientistas-místicos como a "sede da alma" (sua morada).
René Descartes, filósofo, místico e fundador da moderna matemática, referiu-se a ela como sendo a "sede da alma Racional", ou "glândula do saber, do conhecer".
Do ponto de vista tradicional vem sendo considerada como o órgão de percepção da razão.
Do ponto de vista científico moderno, é freqüentemente chamada de "reguladora das reguladoras" e "glândulas das glândulas", pelo seu papel na sensação física de bem estar.
Em profecias de Nostradamus, encontramos esclarecimentos da importância dessa glândula nos tempos atuais, considerando-a "a antena mais fina e alta de nosso sistema nervoso central, a nossa central elétrica".
É uma central dirigente do corpo como o capitão de um navio.
Ocupa o centro de gravidade da massa cerebral e morfologicamente apresenta-se como um vestígio de algum terceiro olho a surgir remotamente nos homens do futuro.
É uma espécie de radar psíquico, chamado também de "olho pineal", "sexto sentido", "corpo pineal".
Para os hindus "centro de força", para os ocultistas "olho de shiva", por ser o responsável pela clarividência, a vidência Racional.
É realmente o "olho" pelo qual o homem vê o mundo exterior e o mundo interior, o elo de ligação entre o macrocosmo e o microcosmo.
Em forma de pinha, localizada no istmo do mesencéfalo, a máquina do raciocínio chamada de glândula Pineal ou Epífise Cerebral, tem função relacionada com a luz, mas não com a luz física e sim com a LUZ DIVINA, a Energia Racional.
No relato do Espírito André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier ocorrida em 1943, no livro Missionários da Luz (1), o orientador Alexandre faz as seguintes considerações: "… analisemos a epífise como glândula da vida espiritual do homem. Segregando energias psíquicas, a glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endócrino. Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não pode identificar, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade. As redes nervosas constituem-lhe os fios telegráficos para ordens imediatas a todos os departamentos celulares, e sob sua direção efetuam-se os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomos dos órgãos…".
O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, em seu estudo sobre a pineal (2), chegou à seguinte conclusão: "A pineal é um sensor capaz de ‘ver’ o mundo espiritual e de coligá-lo com a estrutura biológica. É uma glândula, portanto, que ‘vive’ o dualismo espírito-matéria. O cérebro capta o magnetismo externo através da glândula pineal".
A ciência médica avança nos estudos acerca do funcionamento da epífise, mas há muito que pesquisar sobre esta minúscula glândula localizada no centro do encéfalo. Acredito que as visões da EQM, bem como as transformações ocorridas com os experientes têm a participação direta da glândula pineal que, nas manifestações da EQM, tem ascendência sobre o lobo temporal e sistema límbico. É interessante ressaltar que alguns pesquisadores encontraram sobreviventes de EQM cujos enredos, do outro lado, envolveram uma retrospectiva de vidas passadas. Muitos desses sobreviventes passam a aceitar a reencarnação como um fato normal da vida.
http://www.amebrasil.org.br/portugues/artigosj.htm 
(Artigo: Espírito e EQM)
Observação: Encontrei na pesquisa as duas grafias: -Epífise e Epífese e sua correlação com a Glândula Pineal e também com a nomenclatura óssea. 
Abaixo a origem da palavra.
A epífise (do latim epi, sobre + physis, crescimento) é a parte de um osso longo que se desenvolve por um centro de ossificação diferente do corpo do osso, ou diáfise, e que dele é separado por uma camada de cartilagem. 
Durante o desenvolvimento, é a cartilagem epifisária a responsável pelo crescimento longitudinal e diametral (lateral) do osso. 
Durante a infância e a adolescência, a cartilagem epifisária promove o crescimento, mas, quando o indivíduo atinge a idade adulta, a cartilagem é substituída por osso compacto, interrompendo-se o crescimento. 
Ainda na infância, a cartilagem epifiária constitui-se em ponto frágil do osso, podendo ser, frequentemente, sede de fraturas. 
• Stedman Dicionário Médico (23ª ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987
Complemento do Estudo
A glândula pineal tem sido considerada – desde René Descartes (século XVII), que afirmava que nela se situava a alma humana – um órgão com funções transcendentes. Além de Descartes, um escritor inglês com o pseudônimo de Lobsang Rampa, entre outros, dedicaram-se ao estudo deste órgão.
Com a forma de pinha (ou de grão), é considerada por estas correntes religioso-filosóficas como um terceiro olho devido à sua semelhança estrutural com o órgão visual. Localizada no centro geográfico do cérebro, seria um órgão atrofiado em mutação com relação em nossos ancestrais.
Os defensores destas capacidades transcendentais deste órgão, consideram-no como uma antena. A glândula pineal tem na sua constituição cristais de apatita. Segundo esta teoria, estes cristais vibram conforme as ondas eletromagnéticas que captassem, o que explicaria a regulação do ciclo menstrual conforme as fases da lua, ou a orientação de uma andorinha em suas migrações. No ser humano, seria capaz de interagir com outras áreas do cérebro como o córtex cerebral, por exemplo, que seria capaz de decodificar essas informações. Já nos outros animais, essa interação seria menos desenvolvida. Esta teoria pretende explicar fenômenos paranormais como a clarividência, a telepatia e a mediunidade.
A Doutrina Espírita dedica-se à formulação destas explicações desde Allan Kardec (século XIX). Na obra Espírita Missionários da Luz[15], ditada pelo espírito de André Luiz, através da psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, a epífise é descrita como a glândula da vida espiritual e mental. Para a Doutrina Espírita, a epifise é órgão de elevada expressão no corpo etéreo. Preside os fenômenos nervosos da emotividade, devido a sua ascendência sobre todo o sistema endocríno, e desempenha papel fundamental no campo sexual. Na mesma obra, André Luiz descreve ainda que a epífise está ligada à mente espiritual através de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência formal ainda não pode identificar, comandando as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade. Na atualidade, o assunto é estudado pelo especialista Dr. Sérgio Felipe de Oliveira. Segundo ele, a pineal seria capaz de gerar forças psíquicas a todos os armazéns autônomos do órgão.Já na visão dos hindus, é o principal órgão do corpo, possuidor de dois chacras ou centros de energia responsáveis pelo desenvolvimento extra-físico, como receptores e transmissores de energia vital: o chacra do terceiro olho, central na testa, acima da altura dos olhos, e o chacra coronário, mais superior, também na cabeça.
Apesar de alegações de diversas correntes de que a pineal seria uma "antena" por onde a alma transmitiria os pensamentos para o cérebro, a extração completa da glândula por cirurgia, realizada em casos de tumores benignos ou malignos, não leva à morte ou qualquer alteração na capacidade de pensamento.[16]
Referências
1. ↑ Bocchi G, Valdre G (1993). "Physical, chemical, and mineralogical characterization of carbonate-hydroxyapatite concretions of the human pineal gland.". J Inorg Biochem 49 (3): 209-20. PMID 8381851.
2. ↑ Baconnier S, Lang S, Polomska M, Hilczer B, Berkovic G, Meshulam G (2002). "Calcite microcrystals in the pineal gland of the human brain: first physical and chemical studies.". Bioelectromagnetics 23 (7): 488-95. PMID 12224052.
3. ↑ Klein D (2004). "The 2004 Aschoff/Pittendrigh lecture: Theory of the origin of the pineal gland–a tale of conflict and resolution.". J Biol Rhythms 19 (4): 264-79. PMID 15245646.
4. ↑ Moore RY, Heller A, Wurtman RJ, Axelrod J. Visual pathway mediating pineal response to environmental light. Science
Fonte Wikipédia: http://www.bomclick.com/click.php?ssid=25

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